Lucilia Galha: 4 maus argumentos da jornalista da Sábado

“Não há provas que as terapêuticas não convencionais tenham benefícios significativos ou que sirvam para tratar doenças.
Pelo contrário: está confirmado que tem riscos e podem mesmo fazer mal à saúde”
Lucilia Galha, Quando tudo corre mal com as Medicinas Alternativas, Sábado

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No último número da revista Sábado foi dedicado um extenso artigo sobre a (in)segurança e inutilidade clinica das técnicas das TNC da autoria da jornalista Lucilia Galha.

Poderia pensar-se que o artigo seria original mas não passou de um remake triste de outros artigos, já escritos pela concorrência, sem qualquer informação objetiva ou cientifica.

Parece que a Sábado fica feliz por copiar a pobreza jornalistica da concorrência.

Este meu artigo vai responder a algumas alegações dessa revista Sábado. Como sempre a minha resposta vai focar-se em 2 áreas que conheço melhor: Osteopatia e Acupuntura.

Como é bem sabido, da minha posição oficial, não dou qualquer tipo de validade cientifica ou clinica à homeopatia nem vejo qualquer futuro na abordagem da naturopatia. A ciência neste caso é unânime e não gera dúvidas.

Este artigo vai dividir-se em 2 partes: na primeira mostro que todas as alegações escritas pela Jornalista da Sábado, Lucília Galha, são falsas e completamente infundadas enquanto na segunda parte, em forma de pequena conclusão, abordo o problema dos riscos em saúde e nas TNC.

lucilia galha jornalista sábado

Não tem provas da sua eficácia

A opinião passada no artigo de Lucilia Galha é que a acupuntura e a osteopatia são perigosas e atrasam tratamentos convencionais. Não tem eficácia clinica comprovada, só tratam sintomas e não as causas.

Lucilia Galha não explica como tratamentos tão perigosos e sem eficácia comprovada conseguem efetivamente aliviar sintomas!

Se o objetivo do artigo é estudar a validade clinica destas terapêuticas então deveria ter sido procurado o consenso em guidelines clinicas e não numa instituição em particular.

Nem só de Cochrane vive o homem. Existem estudos de elevada qualidade que não são Cohcrane.

As questões relevantes seriam:

A acupuntura e a osteopatia são aceites em guidelines clinicas internacionais?

Qual a opinião generalizada olhando para a evidência cientifica disponível?

Uma análise da literatura cientifica e das guidelines internacionais disponibilizadas não poderia ser mais positiva para a Acupuntura e para a Osteopatia.

A acupuntura nas suas versões mais tradicionais ou contemporâneas é aceite em guidelines europeias no tratamento de lombalgia crónica. Essas mesmas guidelines aconselham técnicas osteopáticas na dor lombar aguda e crónica.

A american Physical Therapy Association aconselham a acupuntura e osteopatia nas suas guidelines para tratamento da cervicalgia.

Nos EUA várias associações médicas apoiam claramente o uso de acupuntura no alivio da dor: american Family Physician, Joint Comission, Agency for Healthcare Research and Quality e a American Society for Pain.

Na Austrália e Nova Zelândia o Colégio de Anestesistas aconselham a acupuntura com elevado nível de evidência. Na Escócia a acupuntura é aconselhada em guidelines nacionais.

Em 2018 O american Journal of Physical Medicine and rehabilitation publicou uma guideline de fisiatria baseada na evidência para o tratamento da lombalgia aguda e crónica. A acupuntura e a Osteopatia são consideradas tratamento de primeira linha.

Os estudos demonstram que é cada vez mais comum a inclusão de Acupuntura e Osteopatia nas guidelines internacionais. A grande maioria das meta-análises são claramente a favor destas terapêuticas.

E, sem dúvida, com a adopção generalizada destas técnicas por médicos (acupuntura médica) e fisioterapeutas (técnicas manuais, osteoetiopatia, fisioterapia invasiva), estes tratamentos estão a tornar-se mainstream.

Comparar o que afirma a reportagem da sábado com o que afirmam várias fontes cientificas credíveis

“…que prometem curas sem que existam quaisquer estudos que demonstrem benefícios significativos dee acordo com a Biblioteca Cochrane…”
Lucilia Galha, Quando tudo corre mal com as Medicinas Alterantivas, Sábado
“All of these reviews were of high quality. Their results suggest that acupuncture is effective for some but not all types of pain.”
Edzard Ernst; Myeong Lee. Acupuncture for pain: An overview of Cochrane reviews
“Acupuncture reduces the frequency of migraine headaches when used as an adjunct to, or in place of, medical management. (Strength of Recommendation: A, based on meta-analyses).”
American Family Physician
“Acupuncture may be effective in other acute pain settings (S) (Level I [PRISMA]), including acute burns and back pain (N) (Level I [PRISMA]), tension-type headaches and migraine (N) (Level I”…”
Australian and New Zeland College of Anesthetics and Faculty of Pain Medicine
“The National Institute for Health and Care Excellence (NICE) recommends manual therapy alongside exercise as a treatment option for lower back pain, with or without sciatica.”
Opinião do National Health System, UK sobre uso da osteopatia

Algumas fontes bibliográficas sobre eficácia destas áreas

https://www.researchgate.net/publication/237309615_European_guidelines_for_the_management_of_acute_nonspecific_low_back_pain_in_primary_care

http://www.kovacs.org/descargas/EuropeanGuidelinesfortheManagementofChronicNonSpecificLowBackPain(204paginas).pdf

http://www.hunterpainclinic.com.au/index.cfm?module=NEWS&pagemode=indiv&page_id=614395

http://americanpainsociety.org/uploads/education/guidelines/evaluation-management-lowback-pain.pdf

https://www.jospt.org/doi/full/10.2519/jospt.2017.0302

http://fpm.anzca.edu.au/documents/apmse4_2015_final

https://www.nhs.uk/conditions/osteopathy/

preços da sessão de acupuntura

Estas terapêuticas são muito perigosas

Atrasar tratamentos convencionais

Na literatura de café, revistas Sábado e afins, quando se escrevem artigos alarmistas existem sempre médicos a referir o perigo de atraso de tratamentos médicos convencionais. No entanto quando se pesquisa a literatura cientifica esse problema quase não é referido.

Os principais riscos da acupuntura, da osteopatia ou da fitoterapia não estão no atraso dos tratamentos médicos. Não significa que não existem casos em que um tratamento médico necessário seja atrasado por má prática do profissional.

Significa que o risco não está devidamente avaliado e contextualizado, que não existem estudos que nos permitam concluir que isto é um problema mainstream e não somente casos isolados.

Assim sendo usar estas histórias isoladas, sem contextualização ou sem comparação com outros dados é simples desonestidade intelectual.

As pessoas que recorrem às TNC morrem mais

A revista escreve abertamente sobre um artigo de 2018 que demonstrou que pacientes com cancro que recorrem às TNC tem 2 vezes mais probabilidade de morrer.

Mais uma vez, já a concorrência, Visão e Observador, tinham publicado o mesmo tipo de informação com a mesma ausência de análise critica.

Como já demonstrei noutros artigos criticos, este estudo está cheio de erros e enviesamentos que não permitem concluir nada nem permitem qualquer tipo de adaptação ao contexto nacional das TNC.

É uma pena que os jornalistas portugueses continuem a fazer artigos tipo copy paste sem investigarem as fontes usadas.

De qualquer forma existe imensa informação disponível sobre o uso da acupuntura no tratamento do cancro. De forma geral as meta-análises são todas positivas para a acupuntura.

A única meta-análise da Cohcrane que concluiu pela evidência insuficiente para validar ou não a acupuntura era composta maioritariamente por estudos positivos à acupuntura.

Meta-análises posteriores publicadas em revistas de prestigio como Medicine, European Journal of Cancer, entre outros foram todos positivos à acupuntura.

Neste momento atual 2 guidelines internacionais importantes, a National Compreensive Cancer Network e o National Cancer Institute (EUA), aconselham a acupuntura como tratamento válido.

A Cancer resarch do UK segue a mesma linha aconselhando a acupuntura aos pacientes oncológicos.

definir acupuntura fisioterapia

Outros perigos

Além de atrasarem tratamentos médicos salvadores de vida e de aumentarem as taxas de mortalidade, estas terapêuticas também são conhecidas por terem riscos físicos muito severos… e, de acordo com o artigo de Lucilia Galha parece que são muito frequentes.

Acidentes vasculares, pneumotórax, lesões do sistema nervoso periférico, hérnias extrusas… nada escapa à incompetência dos acupuntores e dos osteopatas.

Neste ponto Lucilia Galha pretendeu seguir a mesma linha editorial de Vera Novais e confundir análise objetiva com uma tarde de FantasPorto.

Mas as únicas estatisticas apresentadas no estudo são tiradas de um chapéu de magia… 10 a 15% dos casos vem das medicinas alternativas garante-nos um fisioterapeuta. E parece que é cada vez mais comum a existência de efeitos secundários graves!

Consta que os hospitais portugueses se estão a encher de pacientes por causa da osteopatia e da acupuntura!

Será que os estudos científicos apoiam este tipo de discurso alarmante? A resposta óbvia é não. Pelo contrário.

Estudos na Austrália mostraram que as queixas contra osteopatas diminuiram bastante e eram mais comuns com osteopatas mais velhos e com menos formação técnica e cientifica.

Na medida que a formação foi melhorando as queixas contra osteopatas tornaram-se menos frequentes.

O mesmo fenómeno foi observado na acupuntura em que o desenvolvimento de melhores técnicas asséticas e formação dos acupuntores tem vindo a provocar uma diminuição de casos relatados com efeitos secundários graves, pelo menos desde 1988.

Os efeitos secundários destas áreas são muito raros e tem vindo a tornar-se menos frequentes.

E existem inúmeros estudos sobre os riscos da acupuntura mostrando sem sombra para dúvidas que é dos tratamentos mais seguros que existe.

Uma das razões pelas quais a acupuntura é tão popular deve-se exatamente à razão entre benefícios clinicos vs segurança dos procedimentos. Estudos inclusivamente mostraram que a acupuntura é segura para pacientes a tomar anti-coagulantes.

A probabilidade de efeitos adversos graves, na acupuntura e na osteopatia, é muito baixa, como atestado por inúmeras evidências cientificas.

Apesar de algumas divergências, estudos sugerem que a probabilidade de efeitos graves na Osteopatia é de 1 para cada 120 mil pacientes e na acupuntura de 1 para 100 mil pacientes.

Em comparação, a probabilidade de morrer num acindente de carro, no espaço de 1 ano, é de 1 em 20 mil e a probabilidade de morrer por uso prolongado (vários anos) de anti-inflamatórios é de 1 em 1000.

Quando comparando o risco de efeitos adversos graves entre anti-inflamatórios e osteopatia ao longo de 1 ano é de 1:4000 para 1:40000.

Comparar as afirmações publicadas na revista Sábado com alguns Institutos Nacionais de Saúde

“Mas as consequências do uso destas terapias podem ser ainda piores do que agravar uma doença. “Podem resultar na morte” diz o médico João Júlio Cerqueira…”
Lucilia Galha, Quando tudo corre mal com as Medicinas Alterantivas, Sábado
“one of the advantages of acupuncture is that the incidence of adverse effects is substantially lower than that of many drugs or other accepted procedures for the same conditions.”
National Institutes of Health, USA
“Osteopathy is generally regarded as a safe treatment”
National Health System, UK

Alguma, da extensa literatura cientifica, a atestar a segurança destas técnicas que a jornalista Lucilia Galha não conseguiu encontrar

https://www.semanticscholar.org/paper/Is-acupuncture-safe-A-systematic-review-of-case-Lao-Hamilton/9d9ba351d077c3b62ecc5a74782a95a5d3b6b972
JINDAL, Vanita. et all. Safety and Efficacy of Acupuncture in Children A review of the Evidence. J pediatri hamtol oncol. 2008. 30(6): 431-442.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4315381/
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1876382014000626
https://www.nature.com/articles/s41598-017-03272-0
https://www.bmj.com/content/323/7311/486.short
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1121068/
http://williams.medicine.wisc.edu/pain.pdf
https://www.cancer.gov/about-cancer/treatment/cam/hp/acupuncture-pdq#_76
https://www.cancerresearchuk.org/about-cancer/cancer-in-general/treatment/complementary-alternative-therapies/individual-therapies/acupuncture
https://journals.lww.com/ajpmr/Fulltext/2018/10000/Evidence_Based_Physiatry__Clinical_Practice.11.aspx?fbclid=IwAR3hADjRRbilC7sX8twOsmWniuXarXzfqbNXR3ixxUnXLKntKltaTK6N-XQ
Incidence of Iatrogenesis Associated With Osteopathic Manipulative Treatment of Pediatric Patients
https://www.journalofosteopathicmedicine.com/article/S1746-0689(10)00054-4/abstract
PROMOTE Study: safety of osteopathic manipulative treatment during the third trimester by labor and delivery outcomes
https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S1746068916300049

Risk and Patient Incidents

acupuntura na dor

Portugal a contra-ciclo

“Portugal está em contra-ciclo com o resto da Europa… já nos outros países tem havido recuos…”
Lucilia Galha, Quando tudo corre mal com as Medicinas Alterantivas, Sábado
“Given the unique health challenges of the 21st century, interest in T&CM is undergoing a revival…”
Organização Mundial de Saúde, 2019

Outra ideia expressa nos escritos de muitos críticos, da jornalista Lucilia Galha e nos artigos de opinião da concorrência da Sábado é que Portugal anda a Contra-ciclo. O resto do mundo está a abandonar estas áreas enquanto nós as adotamos.

Os exemplos usados são sempre, ou quase, relacionados com a homeopatia. É verdade que a homeopatia está a ser mais marginalizada a nível internacional, apesar de ser rapidamente abraçada pelas farmácias.

Mas será mesmo que o mundo está a abdonar estas terapêuticas?

O que diz a Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre isto?

Num relatório sobre educação em Osteopatia é afirmado:

“the results of a global survey on policies for TM/CAM conducted by WHO showed that the implementation of the strategy is making headway.

For example, the number of Member States reporting that they have a national policy on traditional medicine rose from five in 1990, to 39 in 2003, and to 48 in 2007.

Member States with regulations on herbal medicines rose from 14 in 1986, to 80 in 2003, and to 110 in 2007. Member States with national research institutes of traditional medicine or herbal medicines rose from 12 in 1970, to 56 in 2003…

De acordo com o relatório publicado pela OMS, em 2019, esta ideia de Portugal em contra-ciclo é simplesmente absurda.

“…This report reviews global progress in T&CM over the past two decades and is based on contributions from 179 WHO Member States.

It clearly shows that more and more countries are recognizing the role of T&CM in their national health systems. For instance, by 2018, 98 Member States had developed national policies on T&CM, 109 had launched national laws or regulations on T&CM, and 124 had implemented regulations on herbal medicines…

Globally, the landscape for T&CM has been improving consistently…. Based on current information, 88% Member States have acknowledged their use of T&CM which corresponds to 170 Member States.

These are the countries that have, for example, formally developed policies, laws, regulations, programmes and offices for T&CM, and the actual number of countries using T&CM is likely to be even higher.”

Documentos oficiais da OMS que negam as afirmações feitas pela jornalista da Sábado, Lucilia Galha

https://www.who.int/medicines/areas/traditional/BenchmarksforTraininginOsteopathy.pdf
https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/312342/9789241515436-eng.pdf?ua=1

Acupuntura sem fronteiras

Terapias de bem estar

“A maioria dos profissionais de saúde defende que as TNC se devam chamar de terapias de bem estar”
Lucilia Galha, Quando tudo corre mal com as Medicinas Alternativas, Sábado

A jornalista Lucilia Galha escreve esta afirmação sem qualquer tipo de sustentação cientifica. Não existe nenhum estudo sobre o que os profissionais de saúde acham que se deveria chamar a estas áreas.

Esta afirmação é uma invenção pura e simples de alguêm que não sabe distinguir jornalismo de escrita criativa.

A designação de “terapias de bem estar” começou a ser usada por céticos na altura do manifesto contra a inclusão destas áreas no Sistema Nacional de Saúde. É a única fonte disponivel para se poder fazer esta afirmação.

Esse manifesto apresenta perto de 700 subscritores. Dos 152 subscritores iniciais, 78 são profissionais de saúde (médicos principalmente, mas também farmacêuticos, fisioterapeutas, psicólogos, enfermeiros e auxiliares de ação médica).

O resto são advogados, empresários, domésticas, agricultores, engenheiros de diversas especialidades, reformados, etc…

Contextualizando os números, perto de 51,32% dos subscritores iniciais são profissionais de saúde. Considerarei este número como um valor correto para a amostra total de 700 subscritores uma vez que 152 é uma amostra representativa de 700.

51,32% de 700 serão aproximadamente 357 profissionais de saúde. De acordo com dados mais atuais existem 12000 fisioterapeutas, 10250 dentistas, 53,657 médicos, 73,650 enfermeiros, 13,478 farmacêuticos e pelo menos 5000 técnicos de saúde o que faz um total de 168,035 profissionais de saúde.

O que significa que o manifesto apresenta a opinião de 0,21% dos profissionais de saúde nacionais (sendo que foi contabilizado o apoio de auxiliares de ação médica para o manifesto mas estes não foram incluidos na lista de profissionais de saúde por falta de dados. A diferença seria ainda maior nesse caso!).

Por outro lado profissões de saúde representativas como medicina, fisioterapia, podologia ou enfermagem tem vindo a adotar estas técnicas no seu arsenal terapêutico.

Atendendo ao sucesso dos cursos de acupuntura ou osteopatia para fisioterapeutas, dificilmente estes profissionais vão apoiar a ideia de estarem a fazer terapias de bem estar.

Os enfermeiros começam a falar muito de abordagens não farmacológicas para a dor que inclui a acupuntura e dificilmente irão definir a sua prática como “terapia de bem estar”.

E dificilmente os médicos iriram apoiar o uso de acupuntura médica como terapia de bem estar. Como classificariamos 70% das unidades de dor que usam acupuntura?

Outro dado interessante seria comparar as assinaturas deste manifesto com as assinaturas da Petição a favor da integração destas áreas no SNS.

O manifesto teve 700 subscritores e a Petição Pública teve 14975 subscritores. Leu bem… uma diferença de 2139%. Não existem estatisticas a indicar a % de subscritores que são profissionais de saúde da petição pública.

No entanto considerando somente 10% da amostra como profissionais de saúde estaria a falar-se de uma representação superior a 200% a favor destas terapias quando comparando com o Manifesto.

Resumindo, dificilmente a maioria destes profissionais vai considerar estas técnicas como terapias de bem estar.

A ideia que os profissionais de saúde consideram estas áreas como “terapia de bem estar” foi inventada. Não tem qualquer tipo de sustentação. É uma pena que o jornalismo viva deste tipo de incompetência.

Fontes aconselhadas

https://www.pordata.pt/Portugal/Pessoal+de+saúde+médicos++dentistas++odontologistas++enfermeiros+e+farmacêuticos-144-1263

Por cuidados de saúde de base científica – Manifesto

https://peticaopublica.com/?pi=PT91842

novos acupuntores

Perigos em saúde

A acupuntura e Osteopatia tem riscos inerentes. Mas estes riscos são muito inferiores a tratamentos concorrentes como é bem reconhecido na literatura cientifica. Mas existem riscos e problemas graves na saúde.

Opióides, efeitos secundários e preços alavancados

A crise de opióides nos EUA matam dezenas de milhares de pessoas todos os anos e de acordo com a Casa Branca vão custar ao estado 2.5 triliões de dóllares. A responsábilidade das classes farmacêutica e médica, é inegável.

Aliada à crise de opióides temos os preços exorbitantes de medicamentos, muitas vezes exponencializados por esquemas de corrupção de alavancagem de preços e efeitos secundários dos medicamentos. Esta trilogia de problemas tem um preço combinados de milhares de mortes e milhões de euros anualmente.

Um estudo no Reino Unido notou que 30% das hospitalizações evitáveis são devidas à prescrição de anti-inflamatórios num custo anual de 800 milhões de libras.

É amplamente reconhecido que ao uso de anti-inflamatórios estão associados riscos acrescidos de efeitos adversos sérios cardíacos, gastro-intestinais e renais. Nos EUA um estudo mostrou que os custos médicos associados a efeitos adversos gastro-intestinais em idosos excedia os 4 biliões de dólares.

Não admira que diversas guidelines a nível mundial estejam cada vez mais a recorrer à acupuntura e osteopatia como tratamentos de primeira linha para a dor.

Desinformação

Mas existem outros perigos em saúde como a desinformação. Muitos homeopatas e naturopatas apoiam ideias anti-vacinação que desinformam o público sobre os benefícios das mesmas e colocando populações em risco.

Muitos terapeutas apoiam uma visão do mundo incompativel com o conhecimento cientifico que seria desejável num profisisonal de saúde. Esses terapeutas exploram as suas crenças à conta da desinformação.

Do outro lado do espectro temos um pequeno grupo de céticos e jornalistas. A jornalista Lucilia Galha é a mais recente adição a este grupo de desinformação. Os seus artigos pretendem mostrar uma realidade que simplesmente não existe.

Este último artigo de Lucilia Galha é um claro exemplo de desinformação em saúde.

A jornalista Lucilia Galha começa por afirmar que estas áreas não providenciam evidências de eficácia e que são perigosas mas as guidelines internacionais e a maioria das meta-análises dizem o contrário: existe evidência da sua eficácia e são seguras.

Ora fazem afirmações baseadas na autoridade que simplesmente são falsas e não tem qualquer sustentação e são facilmente negadas, ora fazem um cherry picking de estudos e informação cuja finalidade é comprovar as suas próprias crenças e tentar justificar moral e intelectualmente a desinformação que promovem.

Fontes a ler se quiser uma opinião mais bem formada que a jornalista da Sábado

https://www.whitehouse.gov/articles/full-cost-opioid-crisis-2-5-trillion-four-years/
https://www.cdc.gov/drugoverdose/data/index.html
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11735692
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4809680/
https://www.ajmc.com/journals/supplement/2013/a467_nov13_nsaid/a467_nov13_fine_s267